Thor: Ragnarok - Crítica

“Asgard is not a place...”

Odin

Um dos filmes mais aguardados do ano finalmente estreou nos cinemas dos Nove Reinos com a promessa de levar uma das franquias de maior sucesso, quando falamos em Heróis, à frente e claro, expandir o universo da Marvel nos cinemas. Hoje, vou falar um pouco sobre o Thor: Ragnarok, dirigido pelo diretor, escritor, ator, pintor e comediante neozelandês Taika Waititi e que marca a volta de Chris Hermsworth como o deus do Trovão e filho de Odin, o Pai de Todos e do querido Tom Hiddleston, no papel de Loki, o deus da Trapaça. O filme ainda contou com o incrível Mark Ruffalo (Spotlight: Segredos Revelados – 2015) como Incrível Hulk e a, já adiantando, marcante presença da australiana, duas vezes ganhadora do Oscar e três Globos de Ouro, Cate Blanchett (Elizabeth: A Era de Ouro – 2007), assim como da talentosa atriz americana Tessa Thompson de Creed: Nascido Para Lutar – 2015, onde contracenou com Micheal B. Jordan e Sylvester Stallone e que estará na comédia Sorry To Bother You (2018). Ainda no cast principal de Thor: Ragnarok, para a felicidade dos fãs da velha guarda de Jurassic Park (1993), temos o lendário e super carismático Jeff Goldblum no papel do excêntrico Grão-Mestre e a volta da força da natureza Idris Elba (A Torre Negra – 2017) no papel de Heimdall. Anthony Hopkins (O Silêncio dos Inocentes – 1991) volta no papel de Odin e a presença do veterano Karl Urban (Star Trek – 2009).

Crítica – Thor: Ragnarok – Uma Homenagem a Jack Kirby!

A Evolução de Chris Hermsworth

Logo no começo do filme, os rumores de uma mudança de tom na franquia, outrora, sisuda e super séria se confirmaram. Thor: Ragnarok poderia ser classificado como um filme de Ação/Comédia. Obviamente, apesar das risadas desenfreadas na sala de cinema, onde pude perceber total integração do público com o que Chris Hermsworth se propôs a fazer em relação ao seu personagem, o impacto dessa mudança radical me preocupou nos primeiros 20, 30 de experiência. É um filme novo! Se aquele tivesse sido o primeiro filme da franquia, não faria diferença, dada a distância que ele está dos seus antecessores. Nas críticas dos dois primeiros filmes da saga, era notória a percepção de que, pelo menos para nós críticos, aquele Thor, enquanto construção de personagem estava descompassada; era um incômodo, até mesmo nas suas aparições nos Vingadores, em relação à acertada escalação de Tom Hiddleston para interpretar o Loki, que pela primeira vez fora tratado como sendo o deus da Trapaça, Chris Hemsworth estava como “um peixe fora d’água”.

Se pensarmos no primeiro filme da franquia, Thor (2011), apesar de haverem alguns momentos em que Hemsworth entregou o papel, aquele tipo de comédia shakespeareana não funcionou e a insatisfação era aparente, apesar de ser bem disfarçada. Segundo a colunista Angie Han do site Mashable.com, a razão pela qual Thor: Ragnarok é um sucesso é o fato de que Chris Hemsworth é uma estrela de comédia. Eu não poderia concordar mais. Em 2015 ele foi o Host do programa Saturday Night Live  e apesar de não ter tido as melhores audiências, há algumas jóias ( do destino) que podemos pegar dali. Até mesmo no seu papel em Ghostbusters (2016) é possível ver que ele sabe fazer comédia e se sente à vontade fazendo isso. Hemsworth tem um tempo de comédia incrível! (Estou até sorrindo agora pensando no quanto ele evoluiu e finalmente encontrou o tom certo do personagem). Estou na expectativa de que essa nova construção do nosso querido Thor continue no desenrolar do universo da Marvel.

Asgard – Sakaar e Arcades

Pela primeira vez, é possível ver Asgard em toda a sua plenitude e é espantoso não termos tido essa compreensão da terra natal de Thor antes. Uma das questões do filme é que Asgard não é um lugar e sim pessoas. (Isso me fez emocionar!) Essa ligação do povo com sua terra é uma das questões que atravessam a mitologia estabelecida em Thor e é fenomenal. “Tudo bem” se destruindo o nosso espaço físico, ninguém pode arrancar de nós o que realmente somos. Ragnarok irá dizimar Asgard, como previsto pela profecia, mas contanto que a população seja salva, Asgard perdurará! Portanto, não importa se você precisar ir fisicamente de um lugar para o outro, a sua essência irá com você ( :') ) 

Falando ainda sobre o universo do filme, o GRANDE destaque é Sakaar, regida pelo Grão-Mestre e que fora claramente projetada como uma grande homenagem ao grandioso Jack Kiby, que após 1961 foi responsável por ter criado praticamente todos os grandes personagens da Marvel na década de 60.

Sakaar, nos quadrinhos é um lugar que se encontra entre o que é conhecido e desconhecido, em outras palavras ”no limite do universo” e o lugar onde o Incrível Hulk fora banido por ter se tornado incontrolável e uma ameaça para o planeta Terra. Uma vez lá, ele se torna o guerreiro mais poderoso e encontra um lugar onde pode ser quem realmente ele é. Esse universo pode ser explorado com profundidade na saga Planeta Hulk (2006).

Em Thor: Ragnarok, a forma como Hulk foi parar lá é pouco aprofundada e tudo bem ter sido assim. Talvez um dia saberemos os contornos dessa viagem intergaláctica com o Quinjet.

Em Sakaar, a trilha sonora, composta pelo gênio Mark Mothersbaugh nos levou DE FATO para os anos 60, com sintetizadores e sons que nos remetiam aos velhos arcades que a partir da década de 70 com a criação do Galaxy Game (1971) iniciaram a Era dos jogos eletrônicos e me fez ter saudade de uma época que eu não participei. (risos) As cenas em que o Grão-Mestre interage com o Thor e Loki enquanto ele toca são FANTÁSTICAS e dou risada só de lembrar. Ele tocando como se fosse um DJ e zombando da cara do Thor. Jeff Goldblum, incrível. Contudo, senti falta da trilha composta pelo maravilhoso Patrick Doyle, sobretudo com a faixa “Can You See Jane?”. (vou deixar o link da música no final) A trilha sonora de Thor e Thor: O Mundo Sombrio, sem dúvidas eram o ponto alto do filme. Nesse a trilha acompanha e dá o tom galhofeiro do filme.

“Novos Vingadores” (risos)

A equipe formada por Thor para enfrentar a nova ameaça, a deusa da Morte Hela, conta a participação de Loki, Hulk, a Valquíria e me pareceu funcionar bem. O que me incomodou foi a construção do Loki. Apesar da monstruosidade arquitetada por ele durante os três filmes, ele parece ser inatingível em relação a ser realmente punido pelos os seus atos, mas, contudo que quando eu paro e penso realmente, não podemos esquecer que ele é o deus da Trapaça, sendo tratado assim pela primeira vez ever e se ele está se safando é porque ele é mestre nisso. Tecnicamente falando, parece que o personagem encontrou seu ponto máximo de desenvolvimento e nesse filme foi “o mais do mesmo”. Fiquei em dúvidas em relação aos próximos longas. Loki vai evoluir ou não?

Cate Blanchett encontrou o tom perfeito para a sua personagem e é visível o quanto ela deve ter se divertido fazendo-a. Cada vez que ela entrava, sua presença enchia a tela, com sua personalidade acida e seu figurino impecável. Ninguém pode com ela e ela faz questão de deixar isso em dúvida.

A escalação da atriz Tessa Thompson foi acertada em termos de representatividade negra, que ainda É POUCA, em universos de superheroes e me fez sorrir e vibrar com a importância da personagem para o filme, assim como a contribuição crucial de Idris Elba. Contudo, a construção da personagem me fez murchar. A impressão é a de que ela fora mal escrita, sem cuidado. A questão da bebedeira dela, apesar de ter um contorno social seriíssimo, como subterfúgio da realidade e do passado, não convenceu; tanto que se ao invés de beber ela usasse fumasse ou alguma outra coisa, não teria feito diferença. Vamos ver na seqüência.

 Finalmente, essa foi a minha impressão do filme, já cometendo a injustiça de não analisar a figura do Mark Rufallo, enquanto Hulk, já deixando uma promessa para uma reflexão sobre o personagem, que surpreendeu no longa, para uma próxima oportunidade. Espero que todos tenham a oportunidade de ir ver o filme no cinema porque vale muito à pena. Eu diria que é o primeiro filme do Thor, no cinema, que eu gosto, apesar de algumas ressalvas, o que é normal. Até uma próxima oportunidade e que venham mais filmes para analisarmos e debatermos!


https://www.youtube.com/watch?v=LtocayLtVrE  (Can you see Jane? ) 
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http://gwillowwilson.com 

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