PALAVRAS APENAS




Sempre gostei de escrever. Nos momentos mais turbulentos da minha vida, as palavras sempre me deram conforto e paz. Às vezes isso poderia se dar por meio de uma crônica da Clarice Lispector perdida no meio da prova de literatura do colégio, ou até mesmo em pequenas palavras soltas num murinho da esquina. 

As últimas páginas dos meus cadernos da escola se destinavam em grande maioria das vezes para meus textinhos, que sempre me deixavam mais leve de uma tal forma que dentro de mim eu me transformava por inteira. 

A alma da gente sempre pesa um pouquinho, e em alguns momentos a respiração se torna algo um tanto quanto difícil. Como quando mergulhamos no mar e logo uma onda quebra em cima do nosso corpo, enquanto buscamos por ar. Pode até ser um momento de pânico para muitos, mas quando conseguimos finalmente respirar em meio a tanto desespero, o ato mais simples nos causa um alívio que não tem tamanho. E é dessa maneira que me sinto no processo da escrita. É doloroso muitas vezes, o peito aperta, a respiração ofega. Mas o final é gratificante e eu quero mais uma vez mergulhar no mar.

Palavras escritas carregam consigo o poder de colocar meus sentimentos no lugar e de acalmar a tsunami que são meus pensamentos, me deixando no eixo. Entretanto, há também um caráter dualístico vivendo com elas. Quando as mesmas chegam até mim por meio dos lábios de outras pessoas, elas se perdem em meio ao oceano de ideias que estão em constante transformação, até o dado momento que não consigo mais acompanha-las tão perto de mim como antes. Pessoas mudam todo o tempo, deixando apenas lembranças já empacotadas junto de suas palavras...ao vento.

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